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Intermezzo De Rosa

Luis Carlos Borges

Letra

    Rosa de carnes maduras
    Na mais lindice de si
    Sonho e cama inalcançados
    Pelo bolso de trocados
    De campeiros e guris

    Rosa de riso aferido
    Por quilates de anéis
    Vagalumeando o apelido
    "Rosa quinhentos mil réis"
    A de poucos escolhidos
    Doutores e bacharéis
    De nome e plata fornidos
    E na cancha dos sentidos
    Potranca de coronéis

    Seu beijo por um champanhe
    Por um perfume francês
    Para os lençóis o eleito
    Um por noite, cada vez
    Champanhe, perfume e macho
    Trindade do mesmo cacho
    Falsificados os três

    Cruzam borrachos na noite
    Com seu cadeados de dedos
    A encarceirar-lhe segredos
    De antepassadas sabenças
    Esta enxerida o que pensa?
    Quem te viu e quem te vê
    Sedas, rendas e purpurina
    Mas ainda a mesma china
    Nas entranhas de você

    A inveja rói-lhe a estampa
    E olho grosso a corrói
    Alerta, Rosa se benze
    Contra a lança do despeito
    Que sente roçar-lhe o peito
    E sem que a fira, lhe dói

    Bate o relógio na sala
    São horas do coronel
    Bate o relógio na sala
    São horas do coronel
    Seu dia, e Rosa se aflita
    Ai que com outro lhe apanhe
    Quebra-luz, taça e champanhe
    Alma de angústias e fel!


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