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Não vejo ninguem nas estradas
Os campos desertos de gente
No mar já quase não se vê água
No céu o ar morre de quente

Deixamos que o nada viesse
Do nada que tinhamos dentro
Quisemos ser donos de tudo
Fechamos as portas ao vento

E se já não formos nós,
Porque o tempo não deixou,
A fazer, o que a ser feito,
Nos unisse pelo amor,
Uma prece aqui deixamos
No peito dos nossos filhos
Sejam bem melhores que nós
E perdoem por favor

A esperança caiu da montanha
De vidas há muito esquecidas
O amor queimou-se nas fogueiras
Que ardem por terras prometidas

Não queremos ver o fim da estrada
Adivinhar o fim da vida
Nascemos a troco de nada
Não queremos dá-la por vencida

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