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Charla de Fronteira

Luiz Marenco

Letra

    (Aqui me planto, a cantar no destino de guitarreiro
    Trazendo um canto fronteiro com marcas de laço e casco
    Nas rimas, cheiro de pasto, de mangueira e de galpão
    Suor que fica em chergão, estendido as varas do brete
    Da graxa que se derrete pelas trempes fogoneiras
    Nas manhãs desta fronteira, onde o ritual se repete)

    Começo então meu relato, sobre o pago e a gauchada
    Léguas de campo buenaço, indiada força no braço e é crioula a cavalhada
    Canto sem muito floreio esta terra pacholenta
    Onde se mete o cavalo e qualquer que for o embalo
    A todo o tirão se aguenta

    Canto pra aqueles que entendem este linguajar campeiro
    Que foi parido na pampa e carrega a chucra estampa no cantar deste fronteiro
    Tiros de laço em rodeio, apartes paleteadas
    Pechando o touro no meio
    E lidando com a eguada

    Fim de semana em bolicho se encontra bochincho grosso
    Hay canha, jogo de truco, carreira cancha de osso
    E quem nasceu nesta terra, se destaca entre os outros
    Se criou numa mangueira
    Lidando e domando potros

    Disse Martim, meu patrício, encerrando sua história
    Suspeitem que lhes dou pau saibam que esquecer o mau também é se ter memória
    Vou terminando meus versos, pois me agrada bem assim
    Relatei sobre a fronteira, querência de Dom Martim
    E vou fechando a porteira
    Que a chamarra chega ao fim


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