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Letra

    Eu evoco um tempo antigo
    De rigores mais amenos
    De cavalos caborteiros
    Mas todos loucos de bueno

    Eu evoco um tempo de antes
    Rodeio a grito parado
    Meta espora cerro a cima
    Meta cachorro no gado

    Como olvidar um certo tourito pampa
    Com ruga e pua na guampa
    Refugando do fandango
    E a gente em cima
    Em rodeio de fronteira
    O bicho nem que não queira
    Vai pela tala do mango

    Nem mesmo um touro chamado de Delegado
    Tinha direito a refugo
    N'alguma grota de borro
    Aquela indiada não afrouxava pra um touro
    Se não voltasse no laço
    Vinha a dente de cachorro

    Lembro o Anastacio
    E a gateada meio toso
    Cerro abaixo e um boi barroso
    Laçado na meia espalda
    Sabe onde iam?
    Iam parar no rodeio
    Por mais ventena que fosse
    O boi perdia esses bardas

    E o Alemão
    Num bagual tostado troncho
    Sempre toldado em seu poncho
    Nem Deus sabe onde andará
    Em certa feita vinha com um touro no laço
    E o poncho vinha no braço
    Fazendo charachacha

    Onde andará o Benito
    Com sua tordilha louca
    Alma recheando a boca
    Atrás de um rastro de um grito
    Como olvidar um passado
    Que ainda faz parte de mim
    Por isso evoco esse tempo
    Antes que o tempo de fim

    O melhor daquele tempo
    Ahhh mocidade!
    Não senhor, não é pecado
    Ter saudade

    Composição: Antonio Augusto Ferreira / Gujo Teixeira. Essa informação está errada? Nos avise.

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