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Mcs Emergentes

Mahal

Letra

    Vão emergir, MC's no Brasil fortalecendo a cultura Hip-Hop
    Criando identidade forte
    Superando supremacia do rap que vem da América do Norte

    Misantropos em motim emergem em todo Brasil
    Fortalecendo o elo do Hip-Hop, e a cultura artística
    São eruditos terroristas com tabelas periódicas
    Contendo combinações químicas perigosas
    Receitas pra explosivos, bombas bacteriológicas
    Atacam os blocos da sociedade, degelam concepções hipócritas
    MC's coletam espécies micro-orgânicas
    Que se hospeda no pensamento patogênicamente
    Colocam a negatividade em recipientes
    Reciclam as células mortas transmutando informação pra mente
    Os micro-organismos são
    Mensagens sublineares, emitidas por meios de comunicação
    Minha voz atravessa seu campo energético, e toca no chackra do seu coração
    Palavras terapêuticas, que aliviam o nervosismo e a tensão
    O raciocínio é um músculo
    Por isso eu devo e devemos fazer flexão
    Enrijecendo nossa lógica
    Alongando nosso vocabulário inteiro
    Se flexiono os verbos, quero flexionar verbos certeiros
    Do topo do crânio á falange dos dedos dos pés
    Vem cá que vou te contar um segredo
    Parece que 30% dos Brasileiros sofrem de estresse, insônia
    Imagine em Moçambique, Albânia
    Onde o terreno é hostil, o solo queima em chamas
    Rimas infâmias
    Como a imagem de Saddam e sua alcateia
    Como o descaso do governo à plebeia rude
    Jogando com os planetas como bolas de gude
    MC's catequizam as massas com sua magnitude

    Vão emergir, MC's no Brasil fortalecendo a cultura Hip-Hop
    Criando identidade forte
    Superando supremacia, do rap, que vem da América do Norte

    Catequizo as massas como Mahatma Ghandi
    Minhas rimas se alastram, se abrangem, como as teorias de Darwin
    Incito a polêmica nos diferentes setores da sociedade
    Controverso e conflitante
    Intelectualmente combativo como Karl Marx
    Minhas estrofes são esplêndidas, como uma pedra de ônix
    Minha verve é vanguarda, influencia variadas vertentes de pensamentos
    Como a filosofia de Comte, positivista
    Decepo o negativo, como a guilhotina da bastilha
    E é incontrolável a força desta invasão
    Meu clã é drástico com a concorrência
    Como o inverno Russo, que dizimou a tropa de Napoleão
    Genocídio verbal, hecatombe poética
    Holocausto frasal, em destruição dialética
    Flexiono o vocabulário com disposição atlética
    Não anabolizo meus líricos
    Minhas letras são naturais como a alimentação de ascetas
    A classe alta e média me odeiam pois sou muito negro pra ela
    Os pobres me odeiam pois sou mauricinho demais pra eles
    As minas me odeiam pois eu sou um sequela
    Sou o inimigo público com o cérebro complexo de Stephen Hawking
    E a retórica de Mandela
    Refinado demais pra monarquia da Inglaterra
    Demasiado rústico pra favela
    Conceda-me um microfone e um beat
    Que sou mais complexo do que Aristóteles, Sócrates ou Nietzsche
    Minha linhagem é geométrica
    Elucida a plateia em linhas iluminadas e ecléticas

    Vão emergir, MC's no Brasil fortalecendo a cultura Hip-Hop
    Criando indentidade forte
    Superando supremacia, do rap, que vem da América do Norte

    Vem uma onda de música ufanista, varre o país

    Rebelde eloquente
    Dissemino minha dialética, como verdade consciente a cada ente
    Usando minha pena, pra sentenciar hipócritas na sociedade
    Como Neruda um poeta combatente
    Guerrilha lírica irrechaçável
    Versos inflamáveis, como bombas Napalm eu dropo em séries
    Como um caça Jaw-gear, bombardeio com verve
    Rimas se plasmam em clones, saem nos fones, e entram na epiderme
    Seu corpo ferve, pôs a sílaba intravenosa, aquece a hemoglobina, te causa febre
    Alucinações lhe aparecem
    Como uma overdose de ode lisérgica, te suspendem além da orbe terrestre
    Como um satélite monitorando a Terra
    Meus olhos são como a estação da MIR
    As rimas são um porvir
    Como profecias da nova era
    Amigo eu faço meu bagulho á vera
    Pôs o tempo não espera por ninguém, nem mesmo por Cronos na Grécia
    Sou um indivíduo, um MC que estréia
    E as células do meu físico, são como as estrelas de Cassiopéia
    Te introduzo, à Odisséia, lírica
    Guiando seu espírito pela expedição onírica
    Onde tudo é abstrato, como um quadro de Chagall
    O surreal é possível, e o invisível real
    Onde a palavra pode ser letal
    E a granada gramatical, causa uma avalanche sintática
    Frases blindadas, como caças da Árabia, lançando ogivas rimáticas nucleares
    Fulminante como a explosão de, gases solares
    Trágicas como Hades
    Drásticas como a invasão de Palestinos na Faixa de Gaza

    Vão emergir, MC's no Brasil fortalecendo a cultura Hip-Hop
    Criando identidade forte
    Superando supremacia, do rap, que vem da América do Norte


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