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Olhos Fatais

Manuel de Almeida

Letra

    Que sorte que Deus me deu
    Que p’ra sempre hei-de lembrar
    Embora não seja ateu
    Julguei encontrar o céu
    Na expressão do teu olhar

    Mas deitaste-me ao deserto
    Neste mundo enganador
    Hoje o teu olhar incerto
    Já não é um livro aberto
    Onde eu lia o teu amor

    Enganaste os olhos meus
    Nunca mais te quero ver
    Meus olhos dizem-te adeus
    Teus olhos não são dois céus
    São dois infernos a arder

    Coração p’ra amar a fundo
    Outro coração requer
    Se há tanta mulher no mundo
    Vou dar este amor profundo
    Ao amor doutra mulher

    Composição: Alfredo Marceneiro / Henrique Rego. Essa informação está errada? Nos avise.

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