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Letra

    Nem sei por conta de quando
    a lua acenou pra mim
    que o olho da noite é branco
    e a boca do sol é carmim.

    Eu vim, eu vim,
    montado no rabo da arraia.
    Não carece virar dia, maninha,
    pra gente se banhar na praia.

    O clarão que faz no mar,
    o olhar do bem-querer
    brilha só pra disfarçar
    o fogo de quem te vê.

    Pelo fundo dos teus olhos,
    enxerguei meu coração
    que viajou pelos poros,
    pelos dedos da tua mão,
    clareando a cor da vida, maninha,
    que nem neve e algodão.

    Branquinha, branquinha,
    branquinha, do amor alvinha,
    caiada de lírio branco,
    de riso franco, flor cristalina.


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