A Magnólia
Mário Pinheiro
Quando as brisas do sul
Gemem como a magnólia!
Quando o céu, todo azul
Tu suspiras também, magnólia!
Quando a Lua no céu
Nossa mente insinua
Qual às mágoas tuas
Pelo odor tressua
E sobre ti flutua, minha flor!
Quando a noite, sonolenta
Acalenta o martírio das flores
Teve odores, soluçados
Que se erguem num céu constelado
Em que cisma? Tu te abisma?
Odorante jardim de poesia
Coração arrumal de Maria
Suspiros de amor, oh flor!
Quando a noite, a triste doma
(Quando a noite, a terra doma)
Sobre o palio da Lua com graça
(Sobre o palio da Lua, tão grata)
Quantos aromas se desata
No teu flori-os, doloridos de prata
Por que choras? Há quem imploras?
(Por quem imploras? O que imploras)
Derramando ao luar teus queixumes
Nesse pranto arrumal de perfumes
Que vão acendendo aos céus!
És o hastil no perdo
Todo odor do castigo teu
Uma lágrima em flor
Perfumando as deixas da noite
Quando a Lua no céu
Nossa mente insinua!
Qual às mágoas tuas
Que na dor prefua
Sobre ti, coloco minha flor
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