Faça login para habilitar sua assinatura e dê adeus aos anúncios

Fazer login
exibições de letras 1.455

O Comedor de Calango e o Gerente da Multinacional

Baia

Na minha infância eu comia calango vivo
Comia calango seco, comia calango lá
Era buchudo que nem baiacu virado
Meu joelho era inchado de eu tanto caminhar
Mas no que a fome me batia era cegueira
Eu saía a fazer poeira
Pra caçar calango lá

Bicho ligeiro anda virado na cachorra
Corre mais do que uma porra
Era impossível de alcançar
Era preciso um bocado de inteligência
As armadilha e a paciência
Pra mode a gente almoçar

Matava o bicho com uma pedrada na cabeça
E pendurava ele na cerca
Pra carne poder secar
E a carne seca eu comia com macaxeira

E espantava a mosca bicheira
Que queria o meu jantar
Mas êita que é agora que eu me espalho
Que plantaram um fast food
Bem no meio do sertão
Larguei a calangada do balaio
E me juntei a fila armada
Pra fazer a refeição


Big calango com alface, queijo, pão com gergelim
Suco de xiquexique e eu sem capital
Pois é que agora nem caçar a gente pode
Porque foi privatizado pela multinacional

Acontece que o gerente do franxaize
Que contrata funcionário
Ouviu falar do meu nôrrau

E hoje eu ando caçando calango tanto
De freelance pago um lanche com o salário semanal
Deus me dê grana pra eu poder casar com Ana

Me dê poupança pra eu comprá-lhe as alianças
Sucesso pra eu me adaptar ao progresso
Caçando calango tanto, caçando calango lá

Adicionar à playlist Tamanho Cifra Imprimir Corrigir
Composição: Mauricio Baia / Tonho Gebara. Essa informação está errada? Nos avise.

Comentários

Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

0 / 500

Faça parte  dessa comunidade 

Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Baia e vá além da letra da música.

Conheça o Letras Academy

Enviar para a central de dúvidas?

Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

Fixe este conteúdo com a aula:

0 / 500

Posts relacionados Ver mais no Blog


Opções de seleção