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Muleque Correria

MC Jefinho

Letra

    Eu vi um muleque pedindo esmola
    E ele dizia: Senhor por favor colabora
    E Deus que ajude a sua familia
    Queria não estar aqui
    A se não fosse a barriga vazia
    Dura luta do dia-a-dia
    Às vezes me sinto tão inferior
    Mas preto, rico, branco, pobre
    São todos iguais aos olhos do Senhor
    Eu fico pensando comigo
    Será que é castigo ser um miserável?
    No livro de Deus tá escrito:
    Cofia em cristo que tu será salvo
    Assim vivo de confiança
    E diz que criança é nosso futuro
    Em meio a fome, matança
    A minha esperança é ficar sobre o muro
    Mas tenho um fé que me move
    Que aconteça o forte a todo mal
    Se não seria mais um loco, portando um revólver
    Varrendo geral
    Peço que não tenho medo desse meu jeito malandro de ser
    Confesse não tá acostumado
    Não é o que mostra a você na TV
    Pois creço na escola da vida
    Onde a saída aponta pro crime
    Escola da vida bandida
    Comprar sua pipoca e viver esse filme
    A se eu tomasse de quatro
    E seu carro importado pegasse de terno
    No jornal seria colocado:
    Muleque bolado nascido do inferno

    Eu vejo o moleque fazendo sua correria
    Pra sustentar a sua familia e ter o que comer
    Ele sai demanhã
    Bolado com tudo e com todos
    Revoltado com toda miséria
    Vai retornar à favela
    E ser o bam-bam-bam

    No primeiro dia de trampo a sua ferramenta
    É uma arma violenta
    Malandro nenhum tenta intimidar
    Denoite ele chega em casa
    No bolso 50 ou 60 reais
    Dinheiro que sua mãe lamenta
    Mas tem que pegar

    Ele disse: Mãe aceita o dinheiro que hoje eu lhe trago
    Confesso não foi suado
    Mas fome em casa ninguém vai passar
    E se por um acaso mãe eu morra baleado
    Foi culpa desse sistema
    Não vá me culpar
    Ô mãe

    E se por um acaso mãe um dia eu morra baleado
    Foi culpa desse sistema
    Não vá me culpar

    Eu vejo o moleque fazendo sua correria
    Pra sustentar a sua familia e ter o que comer
    Ele sai demanhã
    Bolado com tudo e com todos
    Revoltado com toda miséria
    Vai retornar à favela
    E ser o bam-bam-bam

    No primeiro dia de trampo a sua ferramenta
    É uma arma violenta
    Malandro nenhum tenta intimidar
    Denoite ele chega em casa
    No bolso 50 ou 60 reais
    Dinheiro que sua mãe lamenta
    Mas tem que pegar

    Mãe aceita o dinheiro que hoje eu lhe trago
    Confesso não foi suado
    Mas fome em casa ninguém vai passar
    E se por um acaso mãe eu morra baleado
    Foi culpa desse sistema
    Não vá me culpar
    Ô mãe

    E se por um acaso mãe um dia eu morra baleado
    Foi culpa desse sistema
    Não vá me culpar

    Mas se por um acaso mãe um dia eu morra baleado
    Foi culpa dessa policia
    Não vá me culpar
    Ô mãe Ô mãe

    E se por um acaso mãe um dia eu morra baleado
    Foi culpa dessa policia
    Não vá me culpar

    Eu vejo o moleque fazendo sua correria
    Pra sustentar a sua familia e ter o que comer
    Ele sai demanhã
    Bolado com tudo e com todos
    Revoltado com toda miséria
    Vai retornar à favela
    E ser o bam-bam-bam


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