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Disparada

Miro Fagundez

Letra

    Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar
    Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão
    Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar
    Aprendi a dizer não,ver a morte sem chorar
    E a morte, o destino, tudo, a morte o destino, tudo
    Estava fora do lugar, eu vivo pra consertar

    Na boiada já fui boi, mas um dia me montei
    Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse
    Que qualquer querer tivesse, porem por necessidade
    Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu

    Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço forte
    Muito gado, muita gente, pela vida segurei
    Seguia como num sonho, e boiadeiro era um rei
    Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
    E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando
    As visões se clareando, ate que um dia acordei

    Então não pude seguir valente em lugar tenente
    O dono de gado e gente, porque gado a gente marca
    Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente e diferente
    Se você não concordar não posso me desculpar
    Não canto pra enganar, vou pegar minha viola
    Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar

    Na boiada já fui boi,boiadeiro já fui rei
    Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse
    Que qualquer querer tivesse, por qualquer coisa de seu
    Por qualquer coisa de seu,querer mais longe que eu


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