Lá perto de Montes Claros na fazenda do Simão
Lá existe uma estátua com um chicote na mão
Dizem que há muitos anos no tempo da escravidão
Existia um fazendeiro que fazia prisioneira
As famílias do sertão

O homem e seus capangas matavam sem piedade
Quem tentasse uma fuga da fazenda Soledade
O povo morria a míngua com uma esperança em vão
Quem reclamasse apanhava o seu chicote estalava
Na maior judiação

Um velho já bem cansado cuidava de seu netinho
Fazia oração chorando pra salvar o menininho
Ao ver a criança pedir vovô não me deixe morrer
Sai co'o menino doente pediu na fazenda urgente
Ajude meu neto a viver

O carrasco olhou o velho que ajoelhado ao chão
Nos braços o seu netinho implorava compaixão
Mais na hora o fazendeiro foi em cima do velhinho
Que ao levantar o chicote o velho sentiu a morte
E abraçou-se ao netinho

O menino amedrontado chamou sua mãe querida
Proteja vovô lhe peço: Ó, Senhora Aparecida
O milagre aconteceu foi uma grande explosão
O fazendeiro malvado ali ele foi transformado
Numa estátua e chicote na mão

Composição: Miltinho Rodrigues