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Não rodei estradas pra colher lamentos
Nem somei auroras pra ser como o vento
Quis virar saudade num quinchar de esperas
Pra sestear nas nuvens e acordar quimeras

Não tirei da estrada o solar das buscas
Nem cruzei caminhos com o olhar em rugas
Fiz dos meus afagos portal pras andorinhas
E guardei só mágoas pra mostrar que eu vinha

(E que venham cismas e milongas tortas
Mas que deixem vivas as lembranças mortas
E que venham cismas e milongas tortas
Mas que deixem vivas as lembranças mortas)

Não domei o ontem pra semear eu mesmo
Nem guardei esporas só pra andar a esmo
Fiz antes de tudo um galpão de estimas
Pra matear recuerdos e escutar a vida

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