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Da Semeadura Dos Versos

Os Monarcas

Letra

    Quando a água da cambona no braseiro
    Mescla a seiva de um jujo por costume
    Um rádio a pilhas alça ao canto de um campeiro
    E a alma em festa transformar-se em vaga-lume

    De longe o eco que se esvai pelas janelas
    Ponteando acordes nos rincões estrada afora
    Vai anunciando que um irmão abriu cancelas
    E um verso amigo sem querer causou escoras

    (Estes programas regionais que a lo largo
    Quebram quietudes pelo ermo da distância
    Dão um sabor diferente ao mate amargo
    Na parceria dos peões pelas estâncias)

    E então são chasques as pessoas mais distantes
    Uma saudade, uma emoção que se conserva
    Como se a vida fosse a cuia nesse instante
    E pra esse mate reservar-se a melhor erva

    Senhores guapos que encilhando partituras
    Levam pros ranchos as canções dos índios vagos
    Pois cada rádio é gralha azul em semeadura
    Plantando sonhos e a história deste pago


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