Flor da Lama
Pedro Bento e Zé da Estrada
Venho agora dizer adeus aos meus amigos
Eu já não posso mais viver neste lugar
Porque a mulher que viveu sempre comigo
Manchou meu nome e na lama foi morar
O nosso lar que era um ninho de amor
Hoje é um recanto que só existe a solidão
E na lama nasceu uma nova flor
Para enfeitar aquele ambiente da perdição
E sozinho no silêncio do meu quarto
Quantas noites amanheço acordado
Sempre olhando na parede o seu retrato
Recordando quando estava ao meu lado
Sinto a mágoa destruir minha existência
Tenho vergonha de saber aonde ela mora
E não podendo suportar a sua ausência
Soluçando de saudade eu vou embora
Tarde da noite quando se apaga a luz da Lua
E os boêmios passam em frente a minha janela
Sobre meu leito sozinho escuto uma voz na rua
Que vem passando e vem falando o nome dela
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