O Evangelho Segundo a Poesia
Plinio Oliveira
Quando eu nasci, nasceu comigo a minha dor
Também nasceu o amor mas eu não vi, não vi
E foram as canções que me fizeram ver
A imensa poesia do viver, a intensa misteriosa maravilha
De ser
Eu sigo meu coração, sigo a intuição
E não me engano mais, vejo além do que os meus vitrais
De paixão me deixavam ver, e vejo você!
Eu vejo Deus!
Não, Deus não está no céu, Deus não está no chão
Tá no seu coração, chame como quiser chamar
Negue o quanto quiser negar, o seu clamor se chama amor
Ah, os evangelhos dão a pálida visão
Eu quero o calor das mãos
Nenhum livro pode conter, o universo que um só ser
Traz em si, e eu já vi... eu já vi!
Vi um país se libertar ouvindo Gandhi jejuar
Vi um Brasil ter o que comer, porque Betinho quis se envolver
Vejo além do que os meus vitrais
De paixão me deixavam ver, e vejo você!
Eu vejo Deus!
Vi Luther King se indignar
Nelson Mandela não vi revidar
Vi um Francisco nos consolar,
Vi irmã Dulce não se acomodar
Chame como quiser chamar, negue o quando quiser negar
Esse clamor se chama amor, oh...
Vi uma estrela a nos guiar, como um farol no escuro mar
Vi os meus filhos a se abraçar mostrando ao mundo onde há de chegar
Nenhum livro pode conter, o universo que um só ser
Traz em si, e eu já vi... eu já vi!
Chame como quiser chamar, negue o quando quiser negar
Esse clamor se chama amor...
Se chama amor!
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