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Cavalo Baio

Porca Véia

Nos rodeios do meu pago
Em dias de marcação
Era eu e o meu cavalo
Garboso, alto do chão

Este pingo era um relampo
Parceiro pra qualquer lida
Bufando e mascando o freio
Nem que perigasse a vida

Foi num surungo de rancho
Num cafundó do meu pago
Uma prenda flor e flor
Olhar manso e mãos de afago

Me vi nos braços da China
Numa vanera macia
Seu olhar engoliu os meu olhos
Que nem vi clarear o dia

Me vi nos braços da China
Numa vanera macia
Seu olhar engoliu os meus olhos
Que nem vi clarear o dia

Foi tamanho este cambicho
Que antes de findar o embalo
Rumbeei pro rancho com a prenda
Na anca do meu cavalo

Por roubar, fui condenado
A uma cadeia de abraços
Larguei rodeios e farras
Quase nada agora eu faço

Coitado do meu cavalo
Meu baio de estimação
Que perdeu seu companheiro
Das farras pelo rincão

Às vezes, em campo a fora
Sai em louca disparada
Ventas abertas ao vento
Até o fundo da invernada

Às vezes, em campo a fora
Sai em louca disparada
Ventas abertas ao vento
Até o fundo da invernada

Eu então fico sismando
Olhando este bicho-gente
Junto aos varais da mangueira
Sinto uma dor diferente
Vem a noite e o meu cavalo
Relincha lá no galpão
E passa olhando o silêncio
Com raiva no coração

Composição: Genês Cezar Nogueira "Compadre Lagoa Incrusive". Essa informação está errada? Nos avise.

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