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Lida Bruta

Raone

Letra

    Na minha velha querência, chegou a evolução
    Das lidas brutas de estância, muitos largaram de mão
    Mas eu que sou pêlo duro, morro e não floxo o garrão
    Sigo num tranco chasqueiro, com os cachorro ovelheiro
    Pra trazê os bois pro saleiro, e amadrinhá redomão

    Fiquei ganhando meus trocos, só no serviço braçal
    Cortando alfafa a gadanho, e capinando mandiocal
    Com a camisa aberta ao peito, enfrentando temporal
    E as vezes por gauchada, com a sete dente travada
    No puro pelo sem nada, vou paleteando um bagual

    De tanto vivê alambrando, tô quase profissional
    Também numa pá de corte, avalando banhadal
    Lascando palanque a maio, oiga serviço brutal
    Mas pra dormir sossegado, não posso deixar de lado
    De roseteá um desmamado, que não conhece buçal

    Num arado pica pau, ensino os tambeiro a lavrá
    Pra depois plantar o milho a bico de saraquá
    Semente que na fumaça, eu atiei para secá
    E num segundo momento, repasso um mouro cinzento
    Que berra igual um jumento, quando começa apanhá

    Nos dias frios de garoa, eu lido com couro crú
    Botando iapa em sovéu, pra palanquiá algum zebu
    Também faço tabuleta, dos gomos de uma bambu
    Por onde eu tenho passado, quantos ventana aporreado
    Traz o matambre marcado, da espora deste xirú

    Composição: João F. Dos Santos Filho. Essa informação está errada? Nos avise.

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