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Um Mundo de Cada Vez (part. Drik Barbosa e Wesley Camilo)

Rashid

Letra

    Eu pensava que aqui
    Do alto da cobertura
    Acima de tudo e de todos
    Estava coberto, era livre
    Afinal, dinheiro manda buscar, né?
    Puro delírio
    Felicidade não tem um delivery
    Wall Street ao extremo, pais de uma conta premium
    Espírito empreendedor, dor, dor, dor, dor, dor
    Só dor

    E aí, Drik?
    E aí, Weslão? (Clássico, clássico)
    Luiz Café

    Quantos mundos a gente ignora (quantos?)
    Por olhar só pra dentro ou às vezes por olhar só pra fora
    A vida exige perfeito balanço, véi
    Mas equilíbrio nesse nível, nem no Cirque du Soleil (vish)
    Várias vez eu ando por aí
    Vendo alguém em situação de rua, eu penso no conto
    Por trás dessa vida
    E quais encontros ou desencontros
    Trouxeram ele a este ponto

    E no mesmo ponto, no outro canto a madame
    Levanta o vidro porque me viu
    Talvez não tenha me visto no seu programa favorito
    Cantando um hit
    Que tem sido um dos mais pedidos do Brasil

    Pra madame no carro, eu e o morador de rua
    Representamo a mesma coisa: Risco
    E pro morador de rua, talvez eu e a madame
    Estejamos no mesmo universo, misto

    A sós, nenhum de nós realmente se olha (ahn ahn)
    E cada um de nós fica em sua bolha
    Uns por escolha, outros por falta de
    Todos numa bolha maior, nos falta ver
    E eu artista, achando que tenho a visão
    Que tô vendo alguma coisa ali que eles não

    Prepotente, de ser herói tô aquém
    Só mostra que meu mundo precisa ser salvo também
    Quase um roteiro de Kubrick
    Mudar um mundo sem desarrumar o outro
    Isso é um cubo de Rubik, hein?

    Nossos caminhos se encontram (é quente)
    Ainda somos semelhantes
    Mas os problemas que nos cercam
    Ainda são os mesmos de antes (não acredito, hein?)
    Quando eu perceber que em cada ser
    Existe um mundo fascinante
    Já não seremos tão distantes

    Tantas vivências e perspectivas
    Até entender que essa terra não é só feita pra você

    Uns têm menos, outros mais
    Isso vale pra caráter, grana ou empatia
    Uns viciam em substâncias e outros na mentira
    As fraquezas são múltiplas
    A franqueza sumiu de nós, o que é bom tem valia

    Só em última instância
    Seguem cruzando avenidas, desviam do outro
    Sem olho no olho, tão perto e há tanta distância
    É tipo Show de Truman, real só o que rodeia

    Como cantou Cazuza, o tempo não para
    Mentes fechadas não enxergam além do horizonte
    É lei da vida, se quer benção, vai fazer por onde

    Cada um no seu quadrado
    O que cê faz impacta quem tá do lado
    Tipo efeito dominó, desde menor
    Criei um mundo pra eu viver com a alma intacta
    Por ter a pele preta me desejam o pior

    Pra eles defeito de cor, pra mim, herança viva em mim
    Pra mim, lutar pra existir é assim desde o início
    Fácil falar que é mimimi quando nunca foi vítima
    Sua opressão é bumerangue, volta como míssil

    São tantos moldes, tantos modos, tantos medos
    Sempre há mortes, nascimentos pra lidar
    Tudo é feito de ciclos
    Uns são grito, outros silêncio
    Meu barulho te incomoda
    Minha missão é inspirar nessa era difícil

    O mundo é meu, o mundo é seu também
    Conká cantou vou transformando vida em verso
    (É seu também)
    O mundo é meu, o mundo é seu também
    Deus tá por noiz, no fim é tudo um universo
    O mundo é meu, o mundo é seu também
    Conká cantou vou transformando vida em verso
    (E aí, Drik?)
    O mundo é meu, o mundo é seu também
    O mundo é meu, o mundo é seu também
    (Boto fé)

    Nossos caminho se encontram, ainda somos semelhantes
    Mas os problemas que nos cercam
    Ainda são os mesmos de antes
    Quando eu perceber que em cada ser
    Existe um mundo fascinante
    Já não seremos tão distantes

    Descabelado, mano
    O dinheiro contado
    Tanta conta que perdi a conta, ó
    A esperança entrou na reserva já há uma cara

    Geral no memo busão, no fim, na mesma mão (ae!)
    Ninguém tá certo onde todo mundo quer ter razão
    Pelo pão, divisão, esses vão e esses não
    Buscando adição, e o burro sou eu? Felipão (eu?)

    Querendo mesmo a brisa silvestre boa (aham)
    No meio dum furacão que nos tirou o Mestre Moa

    Teima, intolerância reina
    Como se do outro lado da opinião
    Não existisse outra pessoa

    Mas cada um é um mundo e vejamos
    Que olhar pro próprio umbigo é o que dá voto pro Thanos

    Toca o barco e toma o leme
    Pra fugir dessa tragicomédia
    Onde tudo se transforma em meme

    Que benefício traz (qual?)
    Lutar contra o direito de alguém que nenhum mal te faz?

    É a lógica de quem vende
    O que é seu por um preço baixinho
    E vai morrer achando que a folha
    É mais verde na Amazônia do vizinho

    Um mundo de cada vez


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