De insensíveis
Este mundo está repleto
Tem gente que passa perto
De uma rosa sem olhar

Não ouve o canto
Do sertão fazendo festa
Não vê cores na floresta
Nem belezas no luar

E nem percebe
Que a gota de orvalho
Tremulando cai do galho
Quando Deus determinar

Estes pertencem
À legião dos insensíveis
Tantas belezas visíveis
Não sabem admirar

Mar, solte a voz pra despertar quem está dormindo
Sol, astro rei, derrame a luz que o chão clareia
Céu, mande a cor para que os olhos dessa gente
Possam enxergar que somos simples grãos de areia

Eu tenho pena de quem pisa o chão do mundo
Sem saber quanto é profundo
O motivo de existir
Sem contemplar o pôr-do-sol atrás da mata
O barulho da cascata sobre as pedras ao cair

Feliz daquele que tem sensibilidade
Pra entender que a saudade é o caminho pra voltar
Pra encontrar ao galopar do pensamento
Nos confins do firmamento a morada do luar

Mar, solte a voz pra despertar quem está dormindo
Sol, astro rei, derrame a luz que o chão clareia
Céu, mande a cor para que os olhos dessa gente
Possam enxergar que somos simples grãos de areia

Composição: Jose Fortuna / Paraíso