Caatinga Cenário do Meu Sertão
Silmar Melo
Saí no voo de uma seriema
E avistei um casal de louro
Um ninho de casaca-de-couro
Feito de galhos de jurema
Um jabuti com problema
Pra chegar num pé de umbu
E as flores de uma cumaru
Um beija-flor farejando
Vi uma sabiá almoçando
Num pé de mandacaru
Um gato-do-mato vermelho
Na tocaia de um preá
Senti de longe um gambá
Tirando água do joelho
Vi mocó do tamanho de um coelho
Em lajeiro por cima da Serra
E um caboré velho de guerra
A boca da noite num morro
Vi tamanduá e cachorro
Brigando e bolando na terra
Peguei um riacho descendo
E me topei num juazeiro
Embaixo aquele mosqueiro
E um urubu se lambendo
Um jumento já fedendo
Mordido de cascavel
Esse é o cenário fiel
Da caatinga nordestina
O Sertão é a vitamina
Que me faz criar cordel
Uma mãe-da-lua cantando
Já no cair da noite clara
E enganchada numa caiçara
Uma velha cabra berrando
Uma coruja me espiando
Como quem mandava eu voltar
Pude nela observar
Que a noite ali é um mistério
Nossa caatinga é um império
Que a gente tem que preservar
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