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Quase Dois Mil Anos Depois

Silvio Brito

Letra

    Tempo, não tem tempo de razão em frações de segundos
    Quase dois, quase dois mil anos depois
    Mil homens morrem em ação no frio, asfalto da cidade grande
    Quase dois, quase dois mil anos depois
    A paz não existe no peito, o céu não pertence mais aos passarinhos
    Foguetes o atravessam em busca de destruição
    Quase dois, quase dois mil anos depois
    Quando eu levantei os braços, falei de paz e amor, ninguém me entendeu
    Me chamaram de sonhador
    Quase dois, quase dois mil anos depois
    Quando eu abaixei os braços, falei da minha angústia, do meu desespero
    Ninguém me entendeu
    Me chamaram de poeta

    Minha gente
    Quase dois mil anos depois
    Não entende, que é urgente, preciso devolver as trincheiras
    Construir o amor, livre e sem barreiras
    Que assim não dá jeito, ninguém tem o direito de matar ou morrer
    Por uma fronteira

    Vem, não me obrigue a pensar, que as vezes no mundo, existe só eu
    Vem, que ainda tem tempo, eu preciso provar, que o amor não morreu

    Todos de mãos dadas na mesma canção
    Vem, traz uma flor, somos todos irmãos


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