Reculuta
Telmo de Lima Freitas
Corre as varas da porteira,vem chegando a reculuta
Potrada de queixo roxo, começo de lida bruta
Mouros, zainos e gateados, picaços e douradilhos
Grito de 'Forma, cavalo!', serviço para o lombilhos
Desde o preparo de doma, rédea, cabresto e bocal
Maneia de tira-teima, espora, mango e buçal
Cincha de tento torcido e um travessão de papada
Serigote retovado de manotaço e dentada
Um baio ruano escolhido para o peão namorador
Crioulo solto de pata, monarca e escarceador
Pois traz na anca de prata um pessuelo de cantiga
Baio ruano preferido das prendas e raparigas
Não precisa pé de amigo nem precisam amanuncia-lo
É só cantar as virtudes da alma desse cavalo
Pode levar de a cabresto o baio ruano falado
Mas nunca desacredite da força de seu estado
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