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Preto Velho Celestino

Telmo de Lima Freitas

Letra

    Num bolicho beira estrada, de cruzada
    Encontrei o preto velho celestino
    Testemunho dos meus tempos de menino
    Prestativo e serviçal

    A lembrança veio junto no assunto
    No momento que eu olhei ele me olhou
    Num sorriso machucado, o preto velho
    Com saudade, perguntou

    Como vão todos os teus? antes do adeus
    Sem saber se me abraçava ou se sorria
    Pelo jeito, constrangido, o preto velho
    Pelos trajes que vestia

    Não repare este meu jeito, caro amigo
    Machucando esta purita com limão
    Tiro a poeira da garganta, diariamente
    Pra alegrar o coração

    Minha aldeia comemora, volta e meia
    Festejando quem chegou pra não ficar
    Mas esquece o preto velho celestino
    Um nativo do lugar

    Este santo benedito, que, ao tranquito
    Vai ganhando como pode o seu quinhão
    Representa, nos cenários dos bolichos
    A vontade de viver pelo seu chão.


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