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Ruminando Penas

Telmo de Lima Freitas

Letra

    Quando o galo dobra o canto
    Um amargo santo já me faz fiador
    Fico ruminando as penas
    Das longas novenas de madrugador

    Fecho um baio a meu contento
    Mas o pensamento faz divagações
    Sai a rebanhar idílios
    Para os estribilhos das minhas canções

    Amanhã eu vou-me embora
    Um canto me libertou
    Levo nas minhas esporas
    O que o pago me ensinou

    Uma tropilha relincha
    E o vento na quincha tirita de frio
    Parecendo alma penada
    Nesta madrugada cheia de arrepio

    Me contraponteia um grilo
    Mas eu me aniquilo com esses funerais
    Fico a defumar ausências
    Dessas penitências sentidas demais

    Amanhã eu vou-me embora
    Um canto me libertou
    Vou semeando estrada afora
    O que o pago me ensinou

    (Amanhã eu vou-me embora
    Por que já disse que vou)


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