Mar Vermelho
Tião Carreiro e Pardinho
Durante o mês de dezembro
A chuvarada caiu
E as águas do rio do peixe
Com as enchentes subiu
500 Metros de vargem
As águas todas cobriu
Parecia um mar vermelho, ai
Naquele sertão bravio
Frederico cruz morava
Do outro lado do rio
E uma menina doente
O médico a mãe pediu
O camarada da casa
Aproveitando o estio
No cavalo de corrida, ai
Pelas estradas ele partiu
Na ida ele teve sorte,
A chuva não o impediu
Quando vortô com os remédios
Uma capa ele vestiu
No travessá o rio de novo
Dos galhos submergiu
Cavalo espantou e ele, ai
Na correnteza caiu
Cavalo nadava muito
Do outro lado saiu
Chagando em casa molhado
Os arreio e cochonil
A família vendo aquilo
O povo se reuniu
Foram achar no outro dia, ai
Lá numa curva do rio
Nos galhos corpo enroscado
Que a família descobriu
Os remédio ainda no bolso
Pra levar e não conseguiu
Deixaram uma cruz fincada
Naquele lugar sombrio
Todos que soube a notícia ai
Não teve quem não sentiu
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