Batendo Tição
Tibúrcio da Estância
O Galo canta já me encontro no galpão
Tô chimarreando com a erva de primeira
Boto o tição e a cambona vai chiando
E o meu cavalo quebra o milho na cocheira
A Estrela Dalva assinala a madrugada
Berra as vacas e os terneiros na mangueira
O Sol aponta iluminando as campinas
Largo da cuia e vou pra lida campeira
Ao meio-dia já um pouquito já cansado
Fecho um crioulo e tomo um trago na guampa
Engraxo os dente numa costela bem gorda
Sesteio um pouco ali no galpão da estância
Troco os areio do lobuno pro gateado
Pois levo fé na melhora da esperança
No fim da tarde volto alegre e satisfeito
E passo a noite junto da mãe das crianças
A cada dia sou feliz e agradeço
Por ter nascido com esse oficio de campeiro
Eu faço corda e conserto os alambrado
A lida e braba mas eu gosto companheiro
A minha doma eu so faço no inverno
Se o potro é lerdo ele fica mais ligeiro
Eu pego firme porque preciso vencer
Do garantia da rédea e dos arreios
Carrego a marca de gaúcho nessa estampa
Eu sou mais um esteio da tradição
Em cada verso que eu vou procurando rima
Sobra assunto da lida deste peão
Fim de semana vou lustrando minhas botas
Temo fandango e rodeio no rincão
Vou dar piálo e também tiro de laço
Sou bom gaúcho e gosto da tradição
Assim que eu vivo desse jeito assim que eu sou
Vou desfrutando as belezas do meu pago
Porque quem nasce nesse solo do Rio Grande
É bom gaúcho a tempo já foi provado
Hoje carrego a pátria no meu peito
Canto bem alto neste tom do meu agrado
Nesse compasso crioulo da velha estancia
Abre a porteira e estendo meu obrigado
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