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Comprei um burro tordio, pus o nome de Penacho
Com sete parmos de artura, a crina dele faz cacho
Comprei todo arreamento e mandei fazê um bombacho
Quando eu saio no meu burro, coração duro eu não acho

Chapéu quebrado na testa, na garupa guampa e laço
Trinta e oito na cintura, um par de espora de aço
Sou caboclo arrespeitado, dinheiro carrego ao maço
Deixo coração magoado no lugar aonde eu passo

Eu compro boiada e vendo, gosto da iapa dum laço
Cuiabano pegador, nesse eu dou pealo por baixo
Eu me chamo Tira-Cisma e quarqué serviço eu faço
Nas hora que eu tou mais triste, na viola eu me disfarço

Viajei pra Mato Grosso, só cheguei no mês de março
No campo procuro ataio, mas quase que eu me embaraço
Uma onça perigosa no burro quis dá um abraço
No atravessá a restinga, numa tarde de mormaço

Nessa hora eu vi perdido, rodei de cima do macho
Puxei depressa o revórve, estourei quatro balaço
A onça deu um gemido e morreu sem dar um passo
Arrisquei a minha vida, mas sarvei o meu Penacho

Composição: Izaltino Gonçalves de Paula / Tonico. Essa informação está errada? Nos avise.

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