Infeliz Amor
Vicente Celestino
Quando a luz da lua cheia
No alvo lençol de areia
Entre o lírico fervor
A espuma latejante
Sobre as ondas brandamente
O mar desmaia de lancor
Não sei que mistério existe
Quando vejo o mar tão triste
Julgo ouvir a minha dor
E a espuma transitória
Repetindo toda a história
Do meu infeliz amor
Choro este amor acrisolado
Que o pranto derramado
É a expressão do sofrer
E esta ingrata não acalma
Agonia de minh'alma
Que não para de gemer
Tristes olhos rasos d'água
É tão grande a minha mágoa
Que não podes compreender
Marolíquida esmeralda
Esta paixão que me escalda
Talvez possas entreter
Vai dizer a minha amada
Que minha alma apaixonada
Está cansada de sofrer
Ah se as tuas ondas quérolas
Se transformassem em pérolas
E sentir ações sem par
De joelhos delirante
Eu as daria a minha amante
Que tanto me faz penar
Choro este amor acrisolado
Que o pranto derramado
É a expressão do sofrer
E esta ingrata não acalma
Agonia de minh'alma
Que não para de gemer
Tristes olhos rasos d'água
É tão grande a minha mágoa
Que não podes compreender
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