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Letra

    Sobre uma cama carcomida
    Parecida com a tristeza
    Da mais triste das prisões
    Ele rolava o dia inteiro prisioneiro
    De um mal terrível
    Que roia os seus pulmões

    Tão moço ainda não vivia nem morria
    No meio termo de cortar o coração
    E quando a tosse o visitava, desfolhava
    Rodas de sangue ainda quente pelo chão
    Ele sofria sereno naquele quarto sem luz
    A recordar o nazareno
    Vergada ao vento da cruz

    Nunca maldisse da sorte
    Pensava sempre no bem
    Até na hora da morte
    Não se queixou de ninguém
    Era seu intimo desejo
    Dar um beijo na velhinha
    Que lhe dera o próprio ser

    Mas tinha medo de beijá-la e condená-la
    A sofrer tanto quanto ele até morrer
    Nesse dilema incessante torturante
    Um belo dia o seu calvário terminou
    E analisando aquela cena tive pena
    Muito mais pena da velhinha que ficou

    Composição: Mário Rossi / Vicente Celestino. Essa informação está errada? Nos avise.

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