O Milagre
Vicente Celestino
Ao desistir de procurar
Por toda parte
Algumas rosas que vão
Achar tentei
Sem esperança
E já bem tarde
Por descarte
Numa igreja da cidade, penetrei
Rosas formosas
Que ali em profusão
Naquele templo de bondade
A mais não ser
Que embora fosse
Um ato de profanação
Furtei as rosas
E me pus logo a correr
Mas de repente
São miguel me surge à frente
De espada em punho
Parecendo assim dizer
Nem mais um passo
Criatura inconsciente
Pede perdão
Do que acabas de fazer
Por certo estava
Num momento transtornado
Pois ao voltar-me
Novamente a lucidez
Encaminhei-me para o altar
Envergonhado
E coloquei ali as flores outra vez
Fitando a virgem
Disse eu
Não sou culpado
Foi por quem amo
Foi por ela que pequei
Se esse crime
Fez de mim um condenado
Dá-me o castigo
Que ordena tua lei
E ouvi então
A santa virgem assim dizer
Eu sei que deste
À outra ação do coração
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