Filhas de Iermanjá
Vidal Assis
Ela chegou do mar
Dizendo em iorubá
Que veio semear
Cá nessa aldeia
Longe dos seus desvãos
Com suas negras mãos
Foi enterrando os grãos
Todos na areia
E nove luas após
Lá estávamos nós
Filhas dessa sereia
Pra viver como quer o amor
Sem dono nem senhor
voo de beija-flor
Em Lua cheia
Sempre emanando axé
Nimo, sorte e fé
Pois nosso sangue é
Da mesma veia
Sei que outras filhas vão vir
Porque vai ressurgir
Inaê que semeia
Pra buscar, pra romper
Pra cantar, pra dizer
A esse mundo que o amor é candeia
Que norteia
E rir, e crescer
E florir, e entender
Que a força do amor não guerreia
Incendeia
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Marias Firmina e da Penha
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