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Letra

    Era João, era Rosa
    Poesia e prosa no Grande Sertão
    Era um boi, era o baio
    Um olhar de soslaio, era Deus, era o cão
    Era a morte, era a vida
    Travessia infinda do Sussuarão
    Era pau, era pedra
    O descanso, a refrega
    O destino e a vereda na palma da mão

    Era um raio, era um rio
    Os Gerais por um fio, era febre, sezão
    Era o brilho da estrela
    E eu sem poder vê-la perdi a razão
    Urutau lamentando
    Os seus “ais” me agourando só na solidão
    Era sal, era doce
    Era bom e acabou-se
    A espera é uma espora no meu coração

    - Que é do sertão
    E o que foi que fizeram do velho Chico?
    - Nonada, João!
    Seu imaginário é que era tão rico
    Carro de boi sumiu
    Numa estrada de asfalto sem fim
    O Sol e a Lua no céu, Diadorim
    E o livro da vida se abrindo pra mim

    Era o corpo fechado
    O duelo marcado, uma forte oração
    Era cobre, era ouro
    O Tao e o tesouro, era sim e era não
    Era o bem e a maldade
    O amor e a saudade, uma revelação
    Era fogo, era água
    Era o riso e a mágoa
    A loucura é o avesso da nossa ambição

    Composição: Jorge Fernando Dos Santos / Zebeto Corrêa. Essa informação está errada? Nos avise.

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