Across The Universe

A Imutabilidade do Ser em 'Across The Universe'

A canção 'Across The Universe', composta por John Lennon e creditada à dupla Lennon-McCartney, é uma das obras mais poéticas e filosóficas dos Beatles. A letra reflete uma série de imagens líricas e pensamentos que fluem livremente, como se estivessem além do controle do eu lírico, representando a natureza efêmera e inconstante da existência e dos pensamentos humanos. A repetição do mantra 'Jai guru deva om' sugere uma busca por paz espiritual e iluminação, remetendo ao interesse dos Beatles pelo misticismo indiano e pela meditação transcendental.

A frase central 'Nothing's gonna change my world' expressa uma sensação de paz interior e aceitação, apesar do caos e da beleza que permeiam o universo. Essa aceitação pode ser interpretada como uma compreensão de que, embora o mundo exterior esteja em constante mudança, há um núcleo imutável dentro de cada indivíduo, ou talvez uma essência espiritual que permanece constante. A música, portanto, transita entre o caos externo e a serenidade interna, refletindo a jornada do eu lírico para encontrar um centro estável em meio à turbulência da vida.

Através de metáforas como 'pools of sorrow, waves of joy' e 'images of broken light', a música captura a dualidade da experiência humana, oscilando entre a tristeza e a alegria, a luz e a escuridão. 'Across The Universe' é uma meditação sobre a condição humana, a busca por significado e a compreensão de que, no final das contas, o que temos é o nosso mundo interior, que permanece inalterado apesar das mudanças externas.