Balada da Chuva e do Vento
Agnaldo Rayol
Lá fora a chuva lenta e compassada
Tristonha tamborila no telhado
Que música plangente e tão magoada
O vento vai chorando desolado
E eu vejo o vulto teu, visão tão bela
Chamando-me de fora da vidraça
Será delírio ou sonho abro a janela
Mas entra só a chuva que perpapassa
E eu volto triste e só ao leito agora
Trazendo à face os olhos meus molhados
Talvez dos pingos d'água
Que lá fora tristonhos tamboliram
Nos telhados
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