Saudade de Alguém
Antônio Jocélio
Que vive, distante de um alguém que ama
Sem manter contato, reclama e se altera
O ser, que tem pressa não permite atraso
Um minuto é muito para quem espera
Os dias mais longos, os meses mais lentos
Um ano parece uma eternidade
A hora não passa o tempo recua
O martilho aumenta e a dor continua
Consumindo aos poucos quem sente saudade
Saudade de alguém
Quem é que não sente?
A distância empata
Ausência maltrata
Saudade não mata
Mas machuca a gente
Este sentimento que nos pressiona
Assume o controle age sem demora
Domina as pessoas, dribla os corações
Bagunça por dentro, e desgasta por fora
Suas condições o amor acata
Se rende se humilha se cala e consente
Contra a sua força não há quem revide
Poder que comanda ordena e decide
Firme dia e noite na vida da gente
Saudade de alguém
Quem é que não sente?
A distância empata
Ausência maltrata
Saudade não mata
Mas machuca a gente
Quem guarda lembranças de amores antigos
É sempre mais uma vítima da saudade
Sombra do passado que assusta o presente
Prever um futuro de ansiedade
Chega sem convite não pede licença
Mesmo sem ser dona se apossa do peito
Explora, deprime, sufoca e tortura
Doutor não resolve, remédio não cura
Beber não adianta e chorar não dá jeito
Saudade de alguém
Quem é que não sente?
A distância empata
Ausência maltrata
Saudade não mata
Mas machuca a gente
Saudade de alguém
Quem é que não sente?
A distância empata
Ausência maltrata
Saudade não mata
Mas machuca a gente
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