Grão de Amor

A Dança do Amor em 'Grão de Amor' de Arnaldo Antunes

A música 'Grão de Amor', interpretada por Arnaldo Antunes, é uma delicada expressão dos sentimentos ambivalentes que frequentemente acompanham o amor romântico. A letra sugere um jogo de proximidade e distância, onde o eu lírico pede para ser deixado 'sim', mas com a condição de que esse afastamento seja temporário e que o amor permaneça constante.

A repetição do pedido para ser deixado e esquecido, seguido imediatamente pela negação dessas ações ('Mas só se for / Pra ir ali / E pra voltar', 'Mas nunca deixe / De me amar'), reflete a complexidade das relações amorosas, onde muitas vezes é necessário um espaço próprio, mas sem perder a conexão afetiva com o outro. A música também aborda a saudade e a solidão que surgem na ausência do ser amado ('Agora as noites são tão longas / No escuro eu penso em te encontrar'), e a dificuldade de realmente esquecer alguém que se ama ('Me esqueça sim / Que eu quero ver / Você tentar / Sem conseguir').

A canção é marcada por uma melodia suave e um ritmo que embala o ouvinte, enquanto a letra brinca com a ideia de que o amor é um sentimento que resiste ao tempo e à distância, sendo capaz de sobreviver mesmo através dos momentos de separação. A presença do amor na música, na arte e na vida é reforçada pelo verso 'É só você que vem / No meu cantar meu bem', indicando que o amor é a inspiração e a força motriz por trás da expressão criativa do eu lírico.