Amargura (El Floridense)

Llora el ave cuyo nido
En la noche llevó el viento
Cuan amargo es su lamento
Como triste es su gemido

Profunda la pena al vivo
No forma luego en nidal
Y cantando sin cesar
Vive feliz y contento
Ya el ave no se lamenta
Ni tiene porqué llorar

Yo más infeliz que el ave
Más infeliz que rosal
No hallo remedio a mi mal
Pues nadie curarlo sabe

Cuanto de ventura cabe
En un hombre, en mi han de hallar
Nací para atesorar
De la vida las congojas
Soy rosal sin flores ni hoja
Y canto por no llorar

Amargura (Floridense)

O pássaro cujo ninho chora
À noite o vento carregava
Quão amargo é o seu arrependimento
Quão triste é o seu gemido

Vale a pena viver
Não se forma mais tarde na caixa de aninhamento
E cantando incessantemente
Viver feliz e feliz
O pássaro não se arrepende mais
Ele nem precisa chorar

Eu mais infeliz que o pássaro
Mais infeliz do que rosa
Não encontro remédio para o meu mal
Bem, ninguém o cura sabe

Quanto de ventura cabe
Em um homem, em mim eles devem encontrar
Eu nasci para o tesouro
Da vida as preocupações
Eu sou rosa sem flores ou folha
E eu canto por não chorar

Composição: A. Cepeda / C. Gardel / J. Razzano