Mis Flores Negras
Oye, bajo las ruinas de mis pasiones
En el fondo de esta alma que ya no alegras
Entre polvo de ensueños y de ilusiones
Brotan entumecidas mis flores negras
Ellas son mis dolores capullos hechos
Con intensos pesares de mis entrañas
Sepultan sus raíces, cual los helechos
En las húmedas grietas de las montañas
Ellas son tus desdenes y tus rigores
Ellas son tus perfidias y tus desvíos
Con tus besos vibrantes y abrasadores
En pétalos ornados, negros y fríos
Ellas son los recuerdos de aquellas horas
En que, presa en mis brazos, te adormecías
Mientras yo suspiraba por las auroras
De tus ojos, auroras que no eran mías
Ellas son mis gemidos y mis reproches
Ocultos en esta alma que ya no alegras
Son por eso tan negras como las noches
En los gélidos polos, mis flores negras
Guarda pues este triste débil manojo
Que te ofrezco de aquellas flores sombrías
Guárdalo, nada temas: Es un despojo
Del jardín de mis hondas melancolías
Minhas flores negras
Ei, sob as ruínas das minhas paixões
No fundo desta alma que você não se alegra mais
Entre poeira de sonhos e ilusões
Minhas flores negras brotam dormente
Eles são meus botões dolorosos feitos
Com intensas tristezas das minhas entranhas
Eles enterram suas raízes, que samambaias
Nas fendas molhadas das montanhas
Eles são seu desdém e seus rigores
Eles são suas perfídia e seus desvios
Com seus beijos vibrantes e abrasadores
Em pétalas ornamentadas, pretas e frias
Eles são as memórias daquelas horas
Em que, presa em meus braços, você adormeceu
Enquanto eu suspirava pelas auroras
De seus olhos, auroras que não eram minhas
Eles são meus gemidos e minhas reprovações
Escondido nesta alma que você não se alegra mais
Eles são, portanto, tão negros quanto as noites
Nos pólos gelados, minhas flores negras
Mantenha este pacote fraco e triste
O que eu ofereço a você dessas flores escuras
Salve, nada teme: é um despojo
Do jardim da minha profunda melancolia
Composição: C. A. Ortiz / J. Flores