Romanceiro da Erva Mate
César Passarinho
Naquele dia, por simpatia
Se achegou, sentou ao meu lado
E me olhou e me serviu
Mate com açúcar queimado
Voltei logo, vim de longe
Troteando a felicidade
Aquele mate com açúcar
Deu somente amizade
Tua vida é sentida
No calor de cada mate
Na invernada do amor
Há sabor de vida e sorte
Passei a vagar pelos campos
Dia e noite a pensar nela
Pra dizer que em mim pensava
Serviu mate com canela
Colhi as flores do campo
Trouxe brincos e um anel
Querendo casar comigo
Me serviu mate com mel
Mas não quis partir comigo
Ai, quanta tristeza eu trago
Pra dizer tenho outro amor
Me deu mate muito amargo
Sete vezes eu voltei
Mas desisti afinal
Só pra me mandar embora
Me serviu mate com sal
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