O Pajador Perseguido IV
Demétrio Xavier
Sacudi de cima a neve
Quando desci lá dos Andes
Andei em estâncias grandes
Reparando uns parelheiros
Bornais, capas, mil esmeros
Mas, pro peão, só o que Deus mande
O patrão em Buenos Aires
A peonada ao descampado
Nós com os cueros ensopados
E até as caronas molhadas
E os bois das invernadas
Quais frades de bons estados
Nos conchavava o estancieiro
Também pra os seus canaviais
E em tempos outonais
Com os trapos que se tinha
A gente toda se vinha
Descendo dos pedregais
Ali, amontoavam os crioulos
Nuns lotes, assim, duns quantos
Cada qual buscava um canto
Onde só toca quinchar
E, ali, sua vida passar
Entre rigor e quebrantos
Faltar, não faltava nada
Vinho, café e alpargatas
Eu reboleava minhas patas
Em gatos e chacareras
E só sentia a soiteira
Ao receber as latas
E que tempo que foi feio
Tudo é brabo nessa lida
Cortar cana só era vida
Pra quem o pior suportava
Doçura só a que estava
Dentro da cana escondida
Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Demétrio Xavier e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: