El tiempo de las cerezas

A Despedida Poética de Enrique Bunbury

A canção "El tiempo de las cerezas" de Enrique Bunbury é uma expressão lírica que evoca sentimentos de despedida e reflexão. A metáfora do 'tempo das cerezas', que não chega em novembro, sugere um momento que já passou, uma oportunidade perdida ou um período de felicidade que não pode ser recuperado. A cereja, frequentemente associada à brevidade da vida e à efemeridade da juventude, aqui simboliza um tempo que não retorna, reforçando a ideia de que certos momentos são únicos e não se repetem.

O eu lírico expressa uma vontade de escapar, de 'fugir', mas de uma maneira que não envolve a escrita, sugerindo talvez um cansaço das formas convencionais de expressão ou uma busca por novas experiências. A comparação com os gatos, conhecidos por sua habilidade de 'cair de pé', transmite uma sensação de resiliência e independência. O narrador se mostra forte e indiferente ao dano que lhe é causado, uma postura que pode ser interpretada como uma defesa contra a vulnerabilidade emocional.

A música também aborda temas de solidão e crítica social, com referências a 'cercos invisíveis' e 'doctrinas increibles', que podem ser entendidos como as barreiras e dogmas que restringem a liberdade individual. A menção a 'onanistas de abadia' e a 'santa lucia vista de lince' sugere uma crítica à hipocrisia e à cegueira voluntária de certas instituições ou crenças. Enrique Bunbury, conhecido por sua carreira solo e como vocalista da banda espanhola Héroes del Silencio, é famoso por suas letras introspectivas e sua abordagem crítica em relação à sociedade e à condição humana.