Faça login para habilitar sua assinatura e dê adeus aos anúncios

Fazer login
exibições de letras 2

Já fez de tudo na vida alambrador, peão, carreteiro
Sofreu mais que boi carreiro de rolar sangue na testa
Mas sempre na vida honesta, enquanto pode se virou
Seu nome nunca manchou, esse orgulho ainda lhe resta

Ali na sombra do rancho
Mateava o velho estelito
Bombeando no infinito
Mil recuerdos mil saudades

Mas que barbaridade
Como o tempo é caborteiro
De mansito e sorrateiro
Se aprochega sem piedade

Já nem sabe quantos anos
Vem pealando no lombo
Nem tampouco quantos tombos
Nessa vida já levou

Mas sempre se levantou
Como um farrapo gaudilho
Pra depois seguir no trilho
Que o santo patrão riscou

Velho estelito, peão da estância charrua
Em quantas noites de Lua acordou antes dos galos
Encilhou o seu cavalo e saiu para lidar
E antes do galo cantar já estava a camperear

Só por causa dessa idade
Lhe tratam pior que cachorro
Com eles reparte o fogo
E as vezes até comida

Pois quem não serve pra lida
E não tem força pra ser peão
Podem bem seciar no chão
Nos trapos rude da lida

Parece que ficar velho
Se comete algum pecado
Num canto fica atirado
Solito quase sem nada

Qual carreta abandonada
E fica na chuva e vento
Apodrecendo ao relento
Duma tapera assombrada

Velho estelito, peão da estância charrua
Em quantas noites de Lua acordou antes dos galos
Encilhou o seu cavalo e saiu para lidar
E antes do galo cantar já estava a camperear

E ao se ver nesse estado
Velho, doente, sozinho
Mil vezes chora baixinho
No costado do galpão

Esconde o rosto entre as mãos
Pra ninguém ver o seu choro
Tem ouvir os desaforos
Que agora diz o patrão

Ainda resta um consolo
Velho peão não se lamente
Não se fica pra semente
Neste mundo de ninguém

Esquece os que muito tem
Que o santo patrão sagrado
O seu trono bem centado
Bombeia lá do além

Velho estelito, peão da estância charrua
Em quantas noites de Lua acordou antes dos galos
Encilhou o seu cavalo e saiu para lidar
E antes do galo cantar já estava a camperear

E com Deus não tem conversa nem índio que não se dobre
Não importa ser guasco nobre
Ser desta ou daquela crença
Pois ao ficar na presença da sombra fria da morte
Além do fraco e do forte
Já não faz mais diferença

Adicionar à playlist Tamanho Cifra Imprimir Corrigir

Comentários

Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

0 / 500

Faça parte  dessa comunidade 

Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Fabio Quaraí e Grupo Abagualado e vá além da letra da música.

Conheça o Letras Academy

Enviar para a central de dúvidas?

Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

Fixe este conteúdo com a aula:

0 / 500


Opções de seleção