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Dia Inesquecível

Força Verbal

6:00 da Manhã amanhece mais um dia
Para um cara comum como eu morador de uma periferia
Brasil, DF, Brasília, Cidade: Santa Maria
Estes são os fatos reais do cotidiano de uma vida
Todos os dias a esse horário eu sou acordado
Pela minha esposa auxiliadora que está ao meu lado
Levanto vou ao berço dou um beijo em meu filhinho
Ele não me entende mas quero expressar o meu carinho
Sigo o meu caminho me despeço da minha mulher
Oro ao meu Deus, seja o que tu quiser
Apresso os meus passos vou em direção ao ponto de ônibus
Um camarada meio suspeito vem ao meu encontro
Ao chegar mais perto me pergunta o horário
Digo 6:30 ele me diz que está atrasado
Ele me pergunta qual o baú que eu vou pegar
L2 Norte! Ele diz nesse vou embarcar
Subimos juntos e ao passar pela roleta
Olho pra trás e noto que mano esta na espreita
Olho pro fundo do baú não vejo se quer um PM
É nessa hora que todo o meu corpo treme
Sinto que algo estranho vai acontecer
Se é bom ou ruim, não sei não deu pra entender
Me sento no banco, toca o meu celular
Ao atender eu ouço minha mulher chorar
Desesperado eu lhe pergunto o que aconteceu
Ela diz não é nada amor, só a saudade que bateu
Ela me pergunta a que horas eu vou chegar
No horário de sempre amor você pode me esperar!
Me manda um beijo diz tchau desliga o telefone
É nesse exato momento que a incerteza me consome
Olho pra frente e o camarada esta me encarando
Tá me olhando, me filmando o cara me marcou
Não o conheço, não me lembro desse camarada
Mais o sujeito mano não foi com a minha cara
A final não há comunhão entre as trevas e a luz
Eu sirvo a um Deus vivo seu nome é Jesus
Não tô com medo só penso na minha família
Como cristão sou entregue a morte todos os dias
O ônibus para sobem mais dois passageiros
Mal encarados, pra mim são mais dois suspeitos
Eles se aproximando trocam olhares com outro camarada
Ah, eu suspeitava a casa já estava armada
No centro do palco vestido de alvo sou eu
Mais eu não temo confio muito no meu Deus
A essa altura a morte para mim é lucro
Mas tô ligado Deus não desampara o justo

Como disse o salmista Davi no salmo 37 no versículo 25
Fui moço, hoje sou velho
Mas nunca vi um justo desamparado
E nem a sua descendência mendigar um pão

O movimento é normal ninguém pressente
Só eu saquei o restante tá inocente
Dois camaradas passam a roleta
Um vigia a porta o outro fica a minha esquerda
Fica de pé olhando para mim
Me examinando certamente quer ver o meu fim
E de repente me sinto tão só inseguro
Ao perceber que a minha vida pode acabar em alguns segundos
Talvez esteja errado, seja só impressão
Então me lembro do meu filho e faço essa oração

Senhor toma-me eu teus braços oh pai
Cuide da minha esposa do meu filhinho
Cumpra a tua palavra que diz:
Nunca vi desamparado o justo,
Nem a sua semente a mendigar o pão.
Tome-os senhor e guarde-os em suas onipotentes mãos
Confio em tí senhor e sei que se tiver que partir
Estará de braços abertos me esperando

E de repente um deles puxa o sinal
O Ônibus para meu "ah" isso é mal
Um deles grita: isso aqui é um assalto
Fiquem parados, levantem as mãos para o alto
O outro me pega ele me faz de refém
Não façam gracinhas se não eu vou matar alguém
Me entreguem relógios, celulares, bolsas e carteiras
Ninguém acreditava, assalto na segunda feira
Parece que a minha rotina estava sendo quebrada
Eu de refém ali sem poder fazer nada
Veículo se aproxima é um carro da policia
Os passageiros notam a mulherada toda grita
Socorro, polícia é um assalto, socorro.
Foi nessa hora que pensei é agora eu morro
Sinto o revolver em minha cabeça o aperto no pescoço
Lembro da benção apostólica, O Senhor esteja convosco
O carro para descem cinco PM's
Coletes, Cassetete, armados até os dentes
Cercam o ônibus e pedem aos bandidos
Estão cercados, se entregam ou estão perdidos
E os bandidos respondem com uma salva de tiros
E o resultado é lógico um militar ferido
Então sem mais e sem menos uma troca de tiros
E o PM nem liga se eu sou refém do bandido
Da minha situação da minha mulher do meu filho
Tiros pra todos os lados passageiros acertados
Pessoas caídas num assoalho ensangüentado
O fim de tudo isso é um triste resultado

Caído no chão ouço tocar meu celular
Eu o atento mais não consigo falar
Fui baleado, uma bala pegou o meu pescoço
Estou perdendo sangue, estou morrendo aos poucos
Pela ultima vez ouço a voz da minha mulher
Daria tudo para saber o que ela quer
Ela do outro lado nem sabe o que esta acontecendo
Mal sabe ela que eu estou morrendo
Pega o telefone põe meu filhinho pra falar
Escuto sua doce voz e começo a me lembrar...

Papai que hora você vai voltar? Pai? Papai
Pai responde, papai traz um presente pra mim
Pai amanhã você tá de folga, papai?
Papai se amanhã você tiver de folga, amanhã você joga bola comigo?
Papai, papai? Pai, esperei pra você me buscar no colégio, você num foi
Papai responde!
Tá bom filhinho deixa seu pai trabalhar
Papai te amo tá! tchau!

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