Le Métèque

A poesia de um errante: desvendando 'Le Métèque' de Georges Moustaki

A canção 'Le Métèque' de Georges Moustaki é uma expressão poética que aborda temas de identidade, pertencimento e amor. A palavra 'métèque', de origem grega, era usada para descrever estrangeiros ou pessoas de fora da cidade-estado. No contexto da música, ela assume um tom pejorativo, referindo-se a alguém marginalizado ou visto como um forasteiro. Moustaki, um artista de origem greco-italiana, canta sobre sua própria experiência como um indivíduo que não se encaixa nos padrões sociais, utilizando-se de metáforas para descrever sua aparência e sua alma errante.

A letra da música descreve o eu lírico com características físicas e comportamentais que o diferenciam e o marginalizam, como 'gueule de métèque' (cara de estrangeiro), 'juif errant' (judeu errante) e 'pâtre grec' (pastor grego). Essas expressões refletem a sensação de não pertencer e a busca por aceitação. A música também fala de um amor idealizado, onde o cantor se oferece para ser o que sua amada desejar, prometendo um amor eterno e intenso.

Através de sua melodia suave e letras introspectivas, Moustaki convida o ouvinte a refletir sobre a aceitação da diversidade e a profundidade do amor. 'Le Métèque' é uma música que, apesar de ter sido lançada em 1969, continua relevante em sua mensagem de inclusão e compreensão da complexidade humana. A canção é um hino à liberdade de ser quem se é, apesar das barreiras culturais e sociais.