A Boiada Tá No Brejo
Luiz Fernando e Pinherense
Mundo velho não tem jeito
Agora afundou de vez
Chegou bem no fim do poço
Com tamanha rapidez
A educação dos jovens
Se tornou uma escassez
Por causa de entorpecente
Tem gente matando gente
Na maior estupidez
Filho rouba a própria casa
E a mãe nem abre o bico
O pai é um pobre coitado
Só vive pagando o mico
O velho carrega a carga
Trabalha igual um burrico
Os filhos não dão valor
Está faltando amor
Nessas mentes de jericos
Pai e mãe vivem na luta
Pra ver o filho estudar
Os mocinhos e as mocinhas
Querem mesmo é badernar
Vivem numa bebedeira
E começam a se drogar
Eu ouço os filhos dizer
Que não pediu pra nascer
Agora tem que aguentar
Coitado do pobre avô
Que o sangue corre nas veias
Agora depois de velho
Vê a coisa ficar feia
Paga pensão pro netinho
Senão ele entra na peia
O velho que fique quieto
Se não assumir o neto
Vai direto pra cadeia
O mundo está praguejado
Igual caruncho em farinha
Bem pro fundo do buraco
A humanidade caminha
A vaca que foi pro brejo
Garanto não foi sozinha
Foi ela e toda a boiada
Esse é o fim da picada
Chegamos ao fim da linha
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