Limeira, 150
Luiz Sangiorgio
Aqui eu sou bem mais perto do rio do qual o nome já não me preocupa mais
Mas parece ser sempre a mesma gente que tropeça indecisa à minha frente
Umas bem mais que as outras, às vezes custa a anoitecer
O duro é que lá e cá a vida segue: corte seco, tão bonito que até dói
De repente vem: a saudade aperta a alma e a garganta se apequena
E até o escritor daqui se pergunta se vale mesmo a pena o farto vazio que se sente
25 de abril é uma semana do aniversário do meu pai
25 de março é quase o fim do mês
12 de outubro já é perto de casa e do dia de minha mãe
E foi preciso viver o inverno pra eu entender o verão
Não são maus e nem são meus os versos do menor dos poetas
Que cantou até morrer que tudo passará
Logo eu pensei em falso e quase fui ao não
Mas depois de sentir frio até que gosto do verão
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