Recanto Japonês
Marco Aton
Quem dera fosse assim
Quem dera fosse assim
Um amor sem fim
Um amor sem fim
Era um daqueles dias parados
Envoltos por uma espessa bruma gelada
Era para estarmos sentindo frio
Era para estarmos sentindo frio
Mas não havia nada
Não havia nada
Somente mendigos bebendo água no chafariz
E uma estátua de buda pixada no nariz
E eu que tinha tanto para lhe dizer
Agora não sabia mais o quê
Nossa imagem refletida no lago
Parecia dizer mais que qualquer desabafo
Estavam nossos egos suspensos ali
Durante quanto tempo eu não sei não vi
Era tudo diferentemente exato
Não havia desespero havia espaço
E aquele turbulento rio
Que nos levou do “meu amor” ao “puta que pariu” agora estava como aquele lago
Repleto de um imenso vazio
Cheio de um tudo ver quase cruel
Não fosse esse um mal necessário
Quem dera fosse assim
Quem dera fosse assim
Um amor sem fim
Um amor sem fim
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