Gbala - Viagem ao Templo da Criação

A Esperança na Inocência: Uma Viagem ao Templo da Criação

A música 'Gbala - Viagem ao Templo da Criação', interpretada por Martinho da Vila, é uma obra que mergulha em temas profundos como a criação, a espiritualidade e a esperança na renovação através da inocência. A letra inicia com uma constatação alarmante: o criador adoeceu, uma metáfora para a perda de valores e a degradação moral da humanidade. A criação, neste contexto, pode ser entendida como a sociedade ou o mundo que, ao se perder, coloca em risco a própria existência do criador, ou seja, a essência divina ou espiritual que reside em cada ser.

No decorrer da canção, há uma jornada simbólica em que a inocência, representada pela figura da criança, adentra o templo da criação. Este templo pode ser interpretado como um espaço sagrado de conhecimento e renovação. Os guias protetores do planeta, possivelmente referindo-se aos Orixás da religião afro-brasileira, confiam o futuro à pureza e à esperança que a criança simboliza. A menção a Olorum, o Deus supremo no candomblé, reforça a conexão com a espiritualidade africana e a busca por um entendimento mais profundo da existência.

A música conclui com a revelação de que a função do homem é evoluir, trabalhar e amar, além de reconhecer a importância da justiça. A beleza é destacada como a missão de todo artista, sugerindo que a arte tem um papel vital na expressão e na promoção dos valores essenciais à vida. 'Gbala', que significa resgatar ou salvar, é um chamado à ação para preservar a esperança representada pela criança, que é vista como a esperança de Oxalá, outro Orixá venerado, simbolizando a pureza e a possibilidade de renovação.