Fairy Tale

Child of the pure unclouded brow
And dreaming eyes of wonder!
Though time be fleet, and I and thou
Are half a life asunder

Thy loving smile will surely hail
The love-gift of a fairy-tale

Thy loving smile will surely hail
The love-gift of a fairy-tale

I have not seen thy sunny face
Nor heard thy silver laughter
No thought of me shall find a place
In thy young life's hereafter

Enough that now thou wilt not fail
To listen to my fairy-tale

Enough that now thou wilt not fail
To listen to my fairy-tale

A tale begun in other days
When summer suns were glowing
A simple chime, that served to time
The rhythm of our rowing

Whose echoes live in memory yet
Though envious years would say forget

Whose echoes live in memory yet
Though envious years would say forget

Come, hearken then, ere voice of dread
With bitter tidings laden
Shall summon to unwelcome bed
A melancholy maiden!

We are but order children, dear
Who fret to find our bedtime near

We are but order children, dear
Who fret to find our bedtime near

Without, the frost, the blinding snow,
The storm-wind's moody madness-
Within, the firelight's ruddy glow,
And childhood's nest of gladness.

The magic words shall hold thee fast:
Thou shalt not heed the raving blast

The magic words shall hold thee fast:
Thou shalt not heed the raving blast

And, though the shadow of a sigh
May tremble through the story
For 'happy summer days' gone by
And vanish'd summer glory

It shall not touch, with breath of bale
The pleasance, of our fairy-tale

It shall not touch, with breath of bale
The pleasance, of our fairy-tale

Though time be fleet, and I and thou
Are half a life asunder,

Thy loving smile will surely hail
The love-gift of a fairy-tale

[Child of the Pure Unclouded Brow
by Lewis Carroll, Through the Looking-Glass]

Conto de Fadas

Criança pura, de olhar despreocupado
E o rosto sonhador das maravilhas!
Embora o tempo seja rápido e suas trilhas
Por meia vida nos tenham separado

Teu sorriso contente saudará as baladas
No dom de amor deste conto de fadas

Teu sorriso contente saudará as baladas
No dom de amor deste conto de fadas

Teu rosto radiante não vi nem verei
Nem hei de escutar teu riso argentino
Jamais pensarás do autor no destino
E em tua juventude lugar não terei

Mas basta que agora escutes as baladas
Singelas, contidas em meu conto de fadas

Mas basta que agora escutes as baladas
Singelas, contidas em meu conto de fadas

Num tempo distante ocorreu esta história
Quando o sol de verão brilhava feliz
Um toque de sino que agora nos diz
Num ritmo leve, que traz à memória

Os ecos da infância e faz relembrar
O que a inveja da idade preferia apagar!

Os ecos da infância e faz relembrar
O que a inveja da idade preferia apagar!

Escuta-me agora, pois a voz do pavor
De notícias amargas virá carregada
Em breve a teu leito será convocada
A mulher melancólica de luto e temor

Somos apenas crianças mais velhas, querida
A hora do leito é como o fim da vida

Somos apenas crianças mais velhas, querida
A hora do leito é como o fim da vida

Há geada lá fora, há neve cegante
Os caprichos do vento, a feroz tempestade
Mas no ninho infantil, em que a felicidade
Se aquece à lareira de luz crepitante

Tua atenção será presa pelas palavras mágicas
E não hás de temer as rajadas mais trágicas

Tua atenção será presa pelas palavras mágicas
E não hás de temer as rajadas mais trágicas

Se enfim a sombra esquiva de um suspiro
Profundo tremular ao longo da história
Dos dias de verão pela perdida glória
Pelo feliz fulgor que te alegrou o mundo

Não poderá afetar, com tristezas aladas
A alegria e o frescor deste contos de fadas

Não poderá afetar, com tristezas aladas
A alegria e o frescor deste contos de fadas

Embora o tempo seja rápido e suas trilhas
Por meia vida nos tenham separado

Teu sorriso contente saudará as baladas
No dom de amor deste conto de fadas

[Criança da Fronte Pura e Clara
Por Lewis Carroll, Através do Espelho]

Composição: